DO-EU

Afluente


Em Afluente, o olhar se aproxima do detalhe, do ponto exato onde o corpo cedeu espaço ao que o mantinha.


Mesmo com a qualidade das imagens muito pixeladas, elas conservam a verdade da exaustão que se instala devagar e a do incômodo constante que molda os dias. São testemunhos de um tempo em que eu precisei aprender a existir com o que me limitava.


Essas fotografias não buscam a beleza da técnica fotográfica e nem mesmo se importa com a nitidez. Elas falam de um corpo em estado de sobrevivência. São fragmentos do tempo em que cada movimento doía, em que cada fio preso à pele me lembrava que até o que sustenta a vida também pode ferir e o corpo se torna território de passagem.


Essas imagens são o registro desse fluxo silencioso entre dor e a permanência.