Pés Cansados

A praia que sempre simbolizou o divino, agora é território de confronto entre fé e ausência, entre o ruído das ondas e o silêncio de Deus.

Neste ensaio a fragilidade não é disfarçada. O corpo, conectado a instrumentos de sobrevivência, torna-se testemunho da insistência em viver, mesmo quando Deus parece distante. Há uma tentativa de diálogo, um clamor que não encontra resposta audível.

Cada fotografia é um fragmento dessa busca: onde está Deus? Onde se esconde a fé quando o silêncio se prolonga?

Uma espiritualidade que não se apoia em certezas, mas em perguntas. 

O ensaio fala da minha dor mas também da minha persistência.

Diante desse Deus insondável o corpo pequeno se afirma mesmo em dúvida, e é nesse espaço que a imagem se faz oração através de uma fé que se recusa a desaparecer.